24 maio 2010

Um Sonho...


A realidade, meu Amor, está tentar afastar-te de mim, mas tu lutas intensamente e corajosamente por mim e só por mim!
Ah! Meu Amor, tu amas-me tanto que o teu amor transcende os limites terrenos existentes e torna o efémero eterno e docemente maravilhoso que o meu corpo arde de paixão e mistério.
Oh, como tudo parece fantasia quando estamos juntos todos os dias da Vida…!
Desde que existo estou destinada a te pertencer e a corporização do nosso amor foi destinada nos primórdios do Universo, sendo eu mortal para tu me transformares eterna, eternamente tua!
Ai! Suspiro, suspiro de modo lento e profundo sempre que penso em ti e em ti, estou envolta na verdade, no carinho e não estou, completamente, a viver a realidade, pois esta nada é em relação a ti e a mim…
Sabes, na verdade, ninguém percebe o modo como tu, Vida, me transformas-te, mas isso aconteceu pouco depois daquela manhã de nevoeiro… Oh tão bela foi aquela manhã!
No entanto, já se passou algum tempo desde essa manhã e o nosso amor alterou-se… Cresceu tão fortemente que eu não suporto mais pertencer à realidade.
Oh meu Amor leva-me para os territórios mais longínquo que só tu conheces e te pertencem como uma herança da antiguidade!

Ana Sofia Ramos

18 maio 2010

Outro


Além uma casa, um jardim, uma árvore.
Ah...! Como me lembro de mim a brincar lá,
a trepar à árvore e a cantar canções...
Como me lembro de Ser outro,
um outro que só queria ser ele.

Agora tudo é diferente
e desse tempo só recordações.
Como mudei, como deixei de brincar,
como deixei de trepar às árvores.
Já não sou mais assim...

Agora só existe a sombra do que fui.
Agora só penso em Ser alguma coisa.
Perdi-me no meio do jardim
e tudo deixou de fazer sentido.
Os meus sonhos, as minhas ilusões
( tudo o que temos de mais belo!)
desapareceu!

Agora dizem que sou um realista
e eu sinto que a esperança transformou-se em mim
na mais dura tristeza de existir!



Susana Martins

09 maio 2010

Um Todo de Ignorância

Detesto ter de dizer isto ou aquilo…

Principalmente quando “isto ou aquilo” não passam de manifestações sem significado, do mais civilizado e social possível.

Detesto a obrigatoriedade do bom senso, a obediência a um contrato tão estupidamente moral.

Detesto a crença numa coisa qualquer, e os formalismos, e as rotinas, e o querer dizer-se sempre mais do que o necessário.

E hoje, e amanhã e depois … ahhhh, como esses dias têm sabido a coisa nenhuma…

Como essa gente se tem tornado tão fútil, tão mentirosa…

E a culpa será minha? Ahhh, não me façam rir. Antes procurar a verdade, antes sentir muito em pouco tempo, que viver de falsos sentimentos comodistas.


                                                                                                                               Carina Aguiar

06 maio 2010

Querer!

Querer viver é bem mais do que um mero querer ….

Querer amar é muito mais do que amar…
Querer sonhar é tornar o sonho realidade…
Querer, querer e querer porque o desejo invade a alma!

Sonhar contigo, comigo ou connosco não importa!


O que realmente importa é o sonho, o sonho que comanda a vida, esta vida tão breve e complexa que é a vida humana…!


Ah! Querer ser apenas eu e viver intensamente, sonhando e amando a minha Vida!

Ana Sofia Ramos


29 abril 2010

Sozinha

Não sei o que escrever, nem sei sequer por quem é que deva escrever...
Sinto-me verdadeiramente sozinha, apesar de estar sempre acompanhada, apesar de me ver sempre rodeada de gente...é estranho!
Na verdade, nunca gostei de Ser sozinha, porque sempre tive medo de o Ser. Para isso, é preciso saber Ser-se só,é preciso estar disposto a nunca ter nada...nunca gostei, porque sempre preferi acreditar que tinha muita coisa, que tinha muito e muitos por quem lutar, por quem viver...Talvez fosse tudo ilusão, talvez fosse tudo uma crença de uma mera sonhadora!
Agora vejo-me só, sem nada, sem ninguém, porque nada é para sempre, nem sequer as Pessoas...porque tudo pode ser ilusão, porque tudo pode ser uma bela mentira, para embalar meninos...porque nada é como na histórias de encantar, porque a vida nem sequer é de encantar!
É duro eu sei, mas é assim a vida...Continuarei a caminhar por mim e para mim e aqueles que vierem serão seguramente bem-vindos, com a noção, porém, que a qualquer momento podem partir de novo!



                                                                                                                     
                                                                                                                                                   Susana Martins

25 abril 2010

Hoje, o hoje repleto de sentimentos!



Hoje, o hoje é uma manhã repleta de sol e de calor…

Encontro-me num local longínquo e extremamente belo como se não fosse parte da realidade humana.

Nesse local, há um campo verdejante e, aí, no meio do verdejante campo de pequenas flores coloridas, eis a tua presença!

Nunca soube na realidade quem eras e o que pretendias de mim… Sempre imaginei que desejavas que eu te desse a mão para caminharmos lado a lado, mas afinal a verdade era que tu estavas destinado a me ter…!

Oh, foi tão maravilhosamente complicado transformar-me em tua amante e estar permanentemente perto de ti…

Não me arrependo daquela manhã de nevoeiro em que chegaste para me levar para o teu reino da fantasia e do mistério…

As palavras não chegam para descrever o teu reino, a tua presença, enfim, para te descrever…

A Vida, meu Amor é demasiadamente complexa para ser descrita, ela precisa de ser vivida intensamente movida pelos sentimentos mais ardentes e puros que residem dentro de nós…

Ai! Eu não saber por onde vou, não saber quem sou, mas saber que tu me conduzes sempre…!


Ana Sofia Ramos

20 abril 2010

"Estas Almas Incertas"

Quero um mal de morte
A estas almas incertas.
Tortura-as a honra que vos fazem,
Pesam-lhes, dão-lhe vergonha os seus louvores.
Porque não vivo
Preso à sua trela,
Saúdam-me com um olhar agridoce.
Onde passa uma inveja sem esperança.

Ah! Porque não me amaldiçoam!
Porque não me viram francamente as costas!
Aqueles olhos suplicantes e extraviados
Hão-de enganar-se sempre a meu respeito.



Friedrich Nietzsche, in "A Gaia Ciência"


Porque nada mais há a dizer. E se há, não vale a pena – porque as almas são pequenas!
Uma dedicatória para todos aqueles que fazem jus à Eterna Besta Humana, porque sim, parecendo que não, também são gente!

13 abril 2010

Máscaras

Porque a vida não é mais do que um palco.

E quem ganha? Quem melhor sabe representar, quem melhor sabe colocar e tirar a máscara vezes sem conta.


Poucos são aqueles que nunca souberam o que era viver através de uma e esses certamente é que sofrem, mas quem se importa?


Na verdade, ninguém se importa! Porque a maioria só vive assim, muitas vezes ocos por dentro, mas afinal o que é que isso conta? Posso ser vazio, posso nem saber quem sou, o mais importante é passar a ideia de que sou alguma coisa, e de preferência alguma coisa melhor do que todas as outras coisas.


Enfim, o que é relevante, o que é mesmo importante é eu provar que sou melhor do que o outro. E por dentro, e lá dentro estou cada vez mais só e cada vez menos sei quem sou. Na verdade, vestimos e despimos tantas máscaras que já nem sabemos ser sem alguma delas.


É assim que se vive…infelizmente é assim que se sobrevive na selva que o Homem criou para se proteger, foi isto que criamos um autêntico campo de batalha!
E para mim é este o verdadeiro sinónimo da palavra sociedade!
 


Susana Martins

05 abril 2010

É noite...

É noite e estás aqui comigo…
Choveu imenso durante o dia, durante todo o nublado dia,
Uma chuva intensa e duradoira,
Que me lembrou o dia em que voltaste!
Lembras-te desse tão doce dia?


Oh, que felicidade! Naquela manhã de nevoeiro vieste,
Trazendo-me a alegria e todo o meu amor perdido,
Perdido em ti, afundado desde que partiste…
Mas o amor destrói todos os limites
E diviniza-se ternamente para a eternidade!


Aquele dia tão maravilhoso para mim e para ti,
Tornei-me tua, tua Vida, tua eternamente,
Finalmente, o teu desejo cumpriu-se,
Era tudo o que mais querias para mim
E eu, amando-te tanto, soube que ia ser eterna...


Agora, sim agora, posso exclamar com confiança:


“Sou tua, Vida!”

Ana Sofia Ramos

26 março 2010

Vazio de Tudo!


Falar de Ti e de Mim, falar de Nós, conseguir que essa consciência seja colectiva, é não mais do que uma utopia.

Cremos efectivamente estar diante deste mecanismo frio que gere no mundo todas estas situações, dissertações e malabarismos dissimulados do Homem? Não, não cremos!

O pior de todos os males, não é definitivamente tê-lo, mas não saber que se o tem.

Criámo-nos externamente – sempre – de fora para dentro! E, como nem sempre temos tempo a perder, deixámos vazio e desarrumado todo o pacote interior.

Talvez por isso seja tão perigoso abrirmos a boca. Por vezes, queremos abri-la de tal forma que até se vê os resquícios de lixo lá bem no fundo. Falta de higiene? Não, meus caros! Falta de sentido! Falta até de inteligência.

Artilhámo-nos com todos e mais alguns artefactos, transpomos a mais pura imagem, do Ser limpo e correcto e, no entanto, estamos podres!

A socialização tornou-nos mais humanos do que alguma vez deveríamos ser: de facto, estupidificou-nos.

Fez-nos acreditar em valorizações superficiais, em sentidos artificiais. De quem é a culpa? Nossa! Porque nós somos a sociedade!

Queremo-nos superiores, mas nunca soubemos o verdadeiro caminho para lá chegar.
“Orgulhosamente sós” já dizia Salazar e, vá-se lá saber porquê, era mais um louco, sem rumo, sem Vida!


                                                                                                      Carina Aguiar

18 março 2010

Não entendo a vossa forma de viver…

Muitas vezes, sinto-me um Ser de um outro planeta, que, de repente, aterrou na Terra e que sem conhecer nada nem ninguém se limitou a observar.


Comecei a anotar os vossos comportamentos: passeiam na rua, mas nunca olham para os outros, parecem que têm medo de os olharem, de os verem tal como eles são. Vão sempre com a cabeça baixa para fitarem o olhar e, na vossa correria, nunca reparam em nada, nem sequer nas coisas belas que vos rodeiam. Criam chats na Internet para combaterem a vossa solidão, adicionam pessoas que nem sequer conhecem, pessoas que se calhar passam por vocês na rua e que, por falta de coragem, nunca se atreveram a olhá-las. Amam algumas pessoas, as que vos são mais próximas, no entanto, têm vergonha de lhes dizerem o quanto as amam. Ou então passam a vida a dar beijos, abraços para se mostrarem, mas nunca o fizeram de uma forma sentida. Quando alguém de quem gostam morre, choram, por vezes, porque nunca lhes disseram o quão importante era para vocês. Choram até por aqueles que não gostam, porque fica sempre bem fazê-lo! Discriminam quem é diferente, porque, no fundo, têm medo de perder o vosso protagonismo. Classificam as pessoas somente pelo seu exterior, pelas roupas que vestem, pela marca das sapatilhas e esquecem o mais o importante, o interior, aquilo que não se vê e que muito menos se compra numa loja qualquer.

Sem dúvida, às vezes penso que não pertenço a este mundo…é preciso valorizar mais do que as coisas as pessoas. É necessário ter coragem para dizer o quanto as amamos, saber olhá-las de frente, saber ser-se. E muito mais do que isso, saber sentir, sentir de uma forma pura, saber olhar, abraçar, no momento certo, no momento em que os outros mais necessitam de nós!

Susana Martins

07 março 2010

As Palavras

As palavras surgem como por magia, por encanto de quem as escreve e de quem as lê. As palavras são o acto de escrever e o acto de escrever é o conjunto de todas as letras que se associam de modo frágil e seguro.

Pensa-se numa palavra, desenha-se a mesma na folha de papel branca, sem qualquer sujidade, pois a folha de papel é pura, tal como são as palavras no seu sentido mais primordial.

Elas são tudo o que precisamos para comunicarmos e, por isso, são como uma bênção para nós. Uma bênção, um dom que devemos preservar e alimentar cada dia, de modo sempre mais intenso e verdadeiro.
Assim, se as palavras forem alimentadas, sendo o próprio acto de escrever saciado com os nossos desejos de transpor para a folha pura que está perante nós, folha essa que está à nossa espera e só à nossa, conseguimos nós mesmos alimentarmo-nos e dar-nos alimento aos outros que, igualmente, possuem esta “fome de palavras”.

Escrever é um simples e complexo acto que, por vezes, nos esquecemos da sua existência, abandonando-o a uma banal existência, sem lhe reconhecermos o seu extremo significado e limitando-nos, também, a guardar tudo o que reside dentro de nós em nós e, deste modo, não expressamos todos os nossos sentimentos que são tão maravilhosamente belos quando expressos por palavras.

As palavras em todos os poemas… As palavras que compõem os poemas são ainda mais harmoniosas do que aquelas existentes na prosa. A razão de o ser não sei afirmar com certeza, mas resultará do facto de na poesia tudo ter um maior encanto.
 
 Porque as palavras são essenciais na comunicação quotidiana e, por isso, devem ser valorizadas!


Ana Sofia Ramos

03 março 2010

Quem sabe, qualquer coisa!

Queria amar-te agora

De uma forma desconhecida

Queria sentir qualquer coisa

Qualquer coisa que fosse maior que eu



Queria amar-te de dentro para fora

Queria amar-te de qualquer forma

Mesmo que não fosse correcto

E, se não fosse mesmo

Então, sim…

Eu queria amar-te ainda mais!



Às vezes eu sou egoísta

Às vezes eu gosto de estar sozinha

E porque o amor é desconhecido

Eu quero mais…

Envolver-me de corpo inteiro

Envolver-me, até que a alma se farte…

Carina Aguiar

27 fevereiro 2010

Solidão

A solidão

Um sentimento que dói,
Será que é uma depressão?
Ou algo que corrói?

A solidão
Pode ser algo muito triste,
Mas também com ela
O ser humano conhece porque existe

A solidão
Não há maneira de a definir
Mas uma das suas maiores consequências
É fazer alguns da vida desistir

A solidão
Faz-nos pensar que esta tudo perdido
Mas muitas das vezes
É com ela que se encontra o nosso verdadeiro sentido

A solidão
Com ela não devemos caminhar
Devemos ser fortes
Para o nosso "eu" conquistar

A solidão
Podem ate nem entender
Para mim nem sempre é mau
Pois ate nos ajuda a crescer.

Joel Castro

23 fevereiro 2010

Queria amar...

Queria amar, amar somente porque sim

amar assim desinteressadamente, amar em cada amanhecer

em cada anoitecer, em cada segundo do meu viver.

Amar a ti, ao outro, àquele que passou por mim

àquele que não conheço,

amar hoje, amanhã, vezes sem fim.

Amar como uma criança que sem qualquer arrogância

diz aquilo que sente e que com a maior inocência

fica sempre junto de quem não tem paciência, nem

sequer para a beijar.




                                                                                                                                        Susana Martins

04 fevereiro 2010

Murmúrios






Doces murmúrios são ouvidos
Do mais frio lugar distante,
Conflitos e lágrimas são vividos
Por povos moradores a jusante.

Corre gélido o rio misterioso,
Procurando, em vão, sustentar
O que o tornou curioso,
Talvez, o poder de não amar.

Murmúrios de novo, leves sussurros
Que são amarguradamente guardados,
Edificando nos corações “muros”,
Prendendo-os nos seus passados.

Oh quão difícil é “libertar”
O sonho de ver o gélido rio
Possuir o poder de sonhar
E deixar o seu toque frio…

Mistura dos frágeis murmúrios do rio
Com os sussurros da multidão,
Uma luta constante de brio
Para destruir a fútil podridão.

Por fim, o frio gelo torna-se água
Sem a mínima dúvida presente
De que desapareceu toda a mágoa,
Trazendo aos povos uma nova mente.

Ana Sofia Ramos

25 janeiro 2010

Meu Amor

Espero-te, numa manhã de nevoeiro…


Anseio por ti, impacientemente, ofegante…


Onde estás, meu Amor?


Oh! Estás tão longe e eu permaneço inquieta à tua espera…


Apenas sei que vens. Mas quando?


Estou cansada de suspirar por ti e tu não me vires buscar e levar para o sítio mais longínquo que existe.


Levanto os olhos da folha de papel e deparo-me contigo! Sempre vieste. Vieste hoje!


Tendo-me comigo, relembro os meus pensamentos acerca de ti…


“Envolve-me e murmura-me que me quer como sua amante…


Mas eu receio e hesito constantemente quando escuto isto…


Quer-me sua, porque não?


Eu desejo ardentemente ser sua, porque não o faço?


Ah! Quão difícil é ultrapassar os seus limites e a sua existência comparados à minha pequenez e efemeridade…!


Suspirante, eu anseio tanto o momento em que tornará eternamente sua e passarei a ser de quem tanto me deseja…


Eu quero e vou…


Murmurante como um pobre ser, imploro:


“Quero ser tua, Vida!” ”

Ana Sofia Ramos

18 janeiro 2010

Da convicção à loucura

Quis muito mais de mim do que aquilo que pude dar-me.
Acreditei sempre que não poderia acreditar no que quer que fosse. E essa, foi sempre a incerteza mais certa que tive.

Porque é preciso muito mais que palavras quando se quer dizer coisa nenhuma. E as pessoas, sempre falaram demais.

E quantas histórias teriam estas paredes para me contar… E elas apenas calam… Silenciam-se num momento solene – ou não – mas calam… Calam sempre que olho para elas!

E eu? Eu sou mais uma louca…que baloiço de um lado para o outro a cabeça, sem saber porquê…enquanto fixo aquela caixa mesmo em frente aos meus olhos… Na verdade, só vejo uma palavra ou, palavra nenhuma, quem sabe…

Já não sei que parte da realidade é efectivamente real. Já não tenho muito mais do que aquele Nada pautado pela busca incessante e, por vezes, inadvertida de Mim.

 
 
Carina Aguiar