25 janeiro 2010

Meu Amor

Espero-te, numa manhã de nevoeiro…


Anseio por ti, impacientemente, ofegante…


Onde estás, meu Amor?


Oh! Estás tão longe e eu permaneço inquieta à tua espera…


Apenas sei que vens. Mas quando?


Estou cansada de suspirar por ti e tu não me vires buscar e levar para o sítio mais longínquo que existe.


Levanto os olhos da folha de papel e deparo-me contigo! Sempre vieste. Vieste hoje!


Tendo-me comigo, relembro os meus pensamentos acerca de ti…


“Envolve-me e murmura-me que me quer como sua amante…


Mas eu receio e hesito constantemente quando escuto isto…


Quer-me sua, porque não?


Eu desejo ardentemente ser sua, porque não o faço?


Ah! Quão difícil é ultrapassar os seus limites e a sua existência comparados à minha pequenez e efemeridade…!


Suspirante, eu anseio tanto o momento em que tornará eternamente sua e passarei a ser de quem tanto me deseja…


Eu quero e vou…


Murmurante como um pobre ser, imploro:


“Quero ser tua, Vida!” ”

Ana Sofia Ramos

18 janeiro 2010

Da convicção à loucura

Quis muito mais de mim do que aquilo que pude dar-me.
Acreditei sempre que não poderia acreditar no que quer que fosse. E essa, foi sempre a incerteza mais certa que tive.

Porque é preciso muito mais que palavras quando se quer dizer coisa nenhuma. E as pessoas, sempre falaram demais.

E quantas histórias teriam estas paredes para me contar… E elas apenas calam… Silenciam-se num momento solene – ou não – mas calam… Calam sempre que olho para elas!

E eu? Eu sou mais uma louca…que baloiço de um lado para o outro a cabeça, sem saber porquê…enquanto fixo aquela caixa mesmo em frente aos meus olhos… Na verdade, só vejo uma palavra ou, palavra nenhuma, quem sabe…

Já não sei que parte da realidade é efectivamente real. Já não tenho muito mais do que aquele Nada pautado pela busca incessante e, por vezes, inadvertida de Mim.

 
 
Carina Aguiar