04 fevereiro 2010

Murmúrios






Doces murmúrios são ouvidos
Do mais frio lugar distante,
Conflitos e lágrimas são vividos
Por povos moradores a jusante.

Corre gélido o rio misterioso,
Procurando, em vão, sustentar
O que o tornou curioso,
Talvez, o poder de não amar.

Murmúrios de novo, leves sussurros
Que são amarguradamente guardados,
Edificando nos corações “muros”,
Prendendo-os nos seus passados.

Oh quão difícil é “libertar”
O sonho de ver o gélido rio
Possuir o poder de sonhar
E deixar o seu toque frio…

Mistura dos frágeis murmúrios do rio
Com os sussurros da multidão,
Uma luta constante de brio
Para destruir a fútil podridão.

Por fim, o frio gelo torna-se água
Sem a mínima dúvida presente
De que desapareceu toda a mágoa,
Trazendo aos povos uma nova mente.

Ana Sofia Ramos

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