Falar de Ti e de Mim, falar de Nós, conseguir que essa consciência seja colectiva, é não mais do que uma utopia.
Cremos efectivamente estar diante deste mecanismo frio que gere no mundo todas estas situações, dissertações e malabarismos dissimulados do Homem? Não, não cremos!
O pior de todos os males, não é definitivamente tê-lo, mas não saber que se o tem.
Criámo-nos externamente – sempre – de fora para dentro! E, como nem sempre temos tempo a perder, deixámos vazio e desarrumado todo o pacote interior.
Talvez por isso seja tão perigoso abrirmos a boca. Por vezes, queremos abri-la de tal forma que até se vê os resquícios de lixo lá bem no fundo. Falta de higiene? Não, meus caros! Falta de sentido! Falta até de inteligência.
Artilhámo-nos com todos e mais alguns artefactos, transpomos a mais pura imagem, do Ser limpo e correcto e, no entanto, estamos podres!
A socialização tornou-nos mais humanos do que alguma vez deveríamos ser: de facto, estupidificou-nos.
Fez-nos acreditar em valorizações superficiais, em sentidos artificiais. De quem é a culpa? Nossa! Porque nós somos a sociedade!
Queremo-nos superiores, mas nunca soubemos o verdadeiro caminho para lá chegar.
“Orgulhosamente sós” já dizia Salazar e, vá-se lá saber porquê, era mais um louco, sem rumo, sem Vida!
Carina Aguiar