26 março 2010

Vazio de Tudo!


Falar de Ti e de Mim, falar de Nós, conseguir que essa consciência seja colectiva, é não mais do que uma utopia.

Cremos efectivamente estar diante deste mecanismo frio que gere no mundo todas estas situações, dissertações e malabarismos dissimulados do Homem? Não, não cremos!

O pior de todos os males, não é definitivamente tê-lo, mas não saber que se o tem.

Criámo-nos externamente – sempre – de fora para dentro! E, como nem sempre temos tempo a perder, deixámos vazio e desarrumado todo o pacote interior.

Talvez por isso seja tão perigoso abrirmos a boca. Por vezes, queremos abri-la de tal forma que até se vê os resquícios de lixo lá bem no fundo. Falta de higiene? Não, meus caros! Falta de sentido! Falta até de inteligência.

Artilhámo-nos com todos e mais alguns artefactos, transpomos a mais pura imagem, do Ser limpo e correcto e, no entanto, estamos podres!

A socialização tornou-nos mais humanos do que alguma vez deveríamos ser: de facto, estupidificou-nos.

Fez-nos acreditar em valorizações superficiais, em sentidos artificiais. De quem é a culpa? Nossa! Porque nós somos a sociedade!

Queremo-nos superiores, mas nunca soubemos o verdadeiro caminho para lá chegar.
“Orgulhosamente sós” já dizia Salazar e, vá-se lá saber porquê, era mais um louco, sem rumo, sem Vida!


                                                                                                      Carina Aguiar

18 março 2010

Não entendo a vossa forma de viver…

Muitas vezes, sinto-me um Ser de um outro planeta, que, de repente, aterrou na Terra e que sem conhecer nada nem ninguém se limitou a observar.


Comecei a anotar os vossos comportamentos: passeiam na rua, mas nunca olham para os outros, parecem que têm medo de os olharem, de os verem tal como eles são. Vão sempre com a cabeça baixa para fitarem o olhar e, na vossa correria, nunca reparam em nada, nem sequer nas coisas belas que vos rodeiam. Criam chats na Internet para combaterem a vossa solidão, adicionam pessoas que nem sequer conhecem, pessoas que se calhar passam por vocês na rua e que, por falta de coragem, nunca se atreveram a olhá-las. Amam algumas pessoas, as que vos são mais próximas, no entanto, têm vergonha de lhes dizerem o quanto as amam. Ou então passam a vida a dar beijos, abraços para se mostrarem, mas nunca o fizeram de uma forma sentida. Quando alguém de quem gostam morre, choram, por vezes, porque nunca lhes disseram o quão importante era para vocês. Choram até por aqueles que não gostam, porque fica sempre bem fazê-lo! Discriminam quem é diferente, porque, no fundo, têm medo de perder o vosso protagonismo. Classificam as pessoas somente pelo seu exterior, pelas roupas que vestem, pela marca das sapatilhas e esquecem o mais o importante, o interior, aquilo que não se vê e que muito menos se compra numa loja qualquer.

Sem dúvida, às vezes penso que não pertenço a este mundo…é preciso valorizar mais do que as coisas as pessoas. É necessário ter coragem para dizer o quanto as amamos, saber olhá-las de frente, saber ser-se. E muito mais do que isso, saber sentir, sentir de uma forma pura, saber olhar, abraçar, no momento certo, no momento em que os outros mais necessitam de nós!

Susana Martins

07 março 2010

As Palavras

As palavras surgem como por magia, por encanto de quem as escreve e de quem as lê. As palavras são o acto de escrever e o acto de escrever é o conjunto de todas as letras que se associam de modo frágil e seguro.

Pensa-se numa palavra, desenha-se a mesma na folha de papel branca, sem qualquer sujidade, pois a folha de papel é pura, tal como são as palavras no seu sentido mais primordial.

Elas são tudo o que precisamos para comunicarmos e, por isso, são como uma bênção para nós. Uma bênção, um dom que devemos preservar e alimentar cada dia, de modo sempre mais intenso e verdadeiro.
Assim, se as palavras forem alimentadas, sendo o próprio acto de escrever saciado com os nossos desejos de transpor para a folha pura que está perante nós, folha essa que está à nossa espera e só à nossa, conseguimos nós mesmos alimentarmo-nos e dar-nos alimento aos outros que, igualmente, possuem esta “fome de palavras”.

Escrever é um simples e complexo acto que, por vezes, nos esquecemos da sua existência, abandonando-o a uma banal existência, sem lhe reconhecermos o seu extremo significado e limitando-nos, também, a guardar tudo o que reside dentro de nós em nós e, deste modo, não expressamos todos os nossos sentimentos que são tão maravilhosamente belos quando expressos por palavras.

As palavras em todos os poemas… As palavras que compõem os poemas são ainda mais harmoniosas do que aquelas existentes na prosa. A razão de o ser não sei afirmar com certeza, mas resultará do facto de na poesia tudo ter um maior encanto.
 
 Porque as palavras são essenciais na comunicação quotidiana e, por isso, devem ser valorizadas!


Ana Sofia Ramos

03 março 2010

Quem sabe, qualquer coisa!

Queria amar-te agora

De uma forma desconhecida

Queria sentir qualquer coisa

Qualquer coisa que fosse maior que eu



Queria amar-te de dentro para fora

Queria amar-te de qualquer forma

Mesmo que não fosse correcto

E, se não fosse mesmo

Então, sim…

Eu queria amar-te ainda mais!



Às vezes eu sou egoísta

Às vezes eu gosto de estar sozinha

E porque o amor é desconhecido

Eu quero mais…

Envolver-me de corpo inteiro

Envolver-me, até que a alma se farte…

Carina Aguiar