30 dezembro 2009

Roubei-me

       Roubei-me…

      Perdi tudo que, na verdade, nunca foi meu, tudo aquilo que pensava que tinha, mas que nunca me houvera pertencido. Perdi-me e nunca mais me encontrei, vi que tudo em mim era um vazio incómodo e assustador e percebi que nunca temos nada.

     De um momento para o outro, ficamos sozinhos, nus, despidos de tudo aquilo que somente nos enchia e que tínhamos como essencial.

     Nestes momentos, nos momentos em que me encontro comigo mesma, apenas existem recordações daquilo que realmente é importante, um gesto, um carinho, um abraço, um beijo…

     Só isto é verdadeiro, só isto subsiste quando tudo se desmorona, quando tudo desaparece. Só isto nos dá ânimo para continuar, para viver…mas tudo isto para muitos é muito pouco e para outros é nada. Mas é isto a única riqueza que possuímos, que nos une, que nos identifica como Seres humanos, e a isto eu chamo de amor.



 
Susana Martins

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